Dos olhos à sua ausência...
António Ramos Rosa
24 JAN - 21 FEV 2019
Curadoria de Diogo Pinto
Texto de José Miranda Justo
Design de Marta Gaspar
Agradecimentos:
Fátima João e José Eliseu
António Ramos Rosa
24 JAN - 21 FEV 2019
Curadoria de Diogo Pinto
Texto de José Miranda Justo
Design de Marta Gaspar
Agradecimentos:
Fátima João e José Eliseu
António Ramos Rosa desenhava nos rápidos intervalos da escrita. Por outro lado, existiam para ele os intervalos longos da escrita poética nos quais se ocupava, não apenas com a leitura de outros poetas, mas também com os ensaios que sobre eles compôs ou com as traduções que deles levou a cabo, e que são um outro modo – porventura mais estranho e mais próximo – de fazer ensaios acerca de poesia alheia. Assim, o ponto de partida destas reflexões aceita – como mera hipótese de trabalho – uma unidade de práticas: a prática desenhística e a prática poética, mas também a prática ensaística ou crítica. Se começo por falar em práticas, é porque, desde o tempo em que o lia intensamente, sempre vi Ramos Rosa como um laborador poético, um experimentante da palavra, um fazedor incisivo e completamente dedicado de imagens, de metáforas e de metonímias, todo o contrário de um contemplativo mais ou menos inerte. Talvez eu esteja enganado, mas mesmo no ensaio ele sempre me surgiu como um não-teórico, no sentido de ser nesses textos verdadeiramente um agente de uma «prática teórica» (para usar uma expressão cara a Althusser). Ou seja, a experimentação não o abandonava de modo algum nesses textos magníficos em que discorria sobre poéticas, processos criativos, formas de arte e, incontornavelmente, acerca da liberdade.
Em “Dos olhos à sua ausência… Um périplo pelas heterogeneidades da obra de Ramos Rosa (com especial atenção à questão dos desenhos)” de José Miranda Justo (FLUL, CFUL)












