Óleo s/ Tela

Cândido

14 MAR - 18 ABR 2019
Com texto e publicação de Filipa Cordeiro

Design de Marta Gaspar

"cândido propôs instalar no ascensor um coador de grandes dimensões, feito com madeiras encontradas e tecido poroso. o coador terá de ser construído dentro da sala, porque será maior do que a entrada, erigido como um quebra-cabeças em que é preciso avançar para ganhar terreno, apesar do risco de se enredar num nó cego. a sala funciona como uma câmara de reverberação e é possível atirar lá para dentro palavras ou cantar a cappella. sobre o coador será vertido óleo alimentar usado, recolhido ao longo dos meses em tascas e restaurantes e nas casas dos outros membros da goela. o óleo será misturado com pigmentos naturais e cairá num fluxo lento sobre o chão forrado com plástico. os visitantes apenas poderão mover-se nos extremos da sala, sempre sob ameaça de colapso do coador. a ameaça terá um cheiro peculiar, em que cabem o natal e as horas tardias da madrugada sob luzes fluorescentes de cozinha, no cais do sodré.

- existe alguma escultura que possa ser olhada a uma distância de segurança?"

em “Uma história da escultura que não se pode olhar a uma distância de segurança” de Filipa Cordeiro